O chocolate é muito atraente também para os cães. Mas cães que
consomem chocolate apresentam sintomas de doenças graves e podem até morrer!
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Cuidado: o consumo de chocolate pode provocar quadros
graves de intoxicação em seu cão. Ele pode até morrer!
Seja oferecido pelo dono ou “roubado” pelo animal, os
cães que consomem chocolate apresentam sintomas que variam de agitação,
diarreia, vômito, hemorragia intestinal e, em casos mais graves, estado de coma
ou até mesmo a morte.
Por ser altamente palatável, o chocolate é muito atraente
também para os cães. Disponível em grande quantidade nesta época do ano devido
às comemorações da Páscoa, o alimento possui ingredientes que são metabolizados
de forma diferenciada no organismo de humanos e animais. “É comum ver pets
ingerindo chocolate, seja oferecido pelos donos, que não resistem aos apelos do
mascote, ou quando roubam pedaços da sobremesa que está acessível. Mas isso
traz risco graves à saúde do animal e evitar o problema é a melhor
recomendação”, alerta o Diretor Clínico do Hospital Veterinário Pet Care, Marcelo Quinzani.
Quinzani esclarece que o chocolate é constituído entre
outros componentes por carboidratos, lipídios e metilxantinas, que são
teobromina e cafeína. De acordo com o médico veterinário, estas últimas
substâncias são as maiores causadoras de intoxicação nos cães. “Esses
componentes são absorvidos em boa parte no trato digestivo do animal e são
distribuídos via corrente sanguínea para diferentes partes do organismo, como o
coração e o sistema nervoso central”, explica.
“No sistema nervoso essas substâncias vão competir com
outras responsáveis pela modulação da atividade cerebral e podem provocar
excitação. No músculo cardíaco, a atividade também vai ser potencializada
aumentando assim a frequência dos batimentos e levando a um descontrole dos
mesmos”.
Em grandes quantidades no organismo do animal essas
substâncias vão causar ainda hipertensão moderada, diminuição ou aumento dos
batimentos cardíacos, arritmias, tremores, aceleração do ritmo respiratório,
ofegância, aumento da temperatura corporal e incontinência urinária.
“Outros sinais clínicos de que o animal está em um quadro
de intoxicação são as ocorrências de vômitos, diarreia, polidipsia, quando o
cão bebe água em grande quantidade, ou poliúria, quando o animal urina além do
normal. Hemorragias intestinais também podem ocorrer em alguns casos,
normalmente entre 12 e 24 horas após a ingestão do alimento. Todos esses
sintomas agravados podem levar o animal ao coma e em alguns casos até à morte”,
relata o Dr. Marcelo.
O veterinário lembra ainda que a quantidade de teobromina
varia de acordo com o tipo de chocolate. Quanto mais gordura o chocolate
possuir, menor será o teor desta substância que ele vai concentrar, por isso,
os chocolates brancos oferecem menor risco de intoxicação para os cães enquanto
os chocolates amargos são os mais perigosos. “Quanto mais escuro, puro e
concentrado for o chocolate maior será o risco de intoxicação. O chocolate
amargo pois possui em torno de 1,35% de teobromina enquanto que no chocolate
branco esse teor gira em torno de 0,005″, resume.
Dose de risco
A dose tóxica de teobromina e cafeína para cães é em
torno de 20 a 60 mg por kg de peso e a dose letal situa-se entre 100 e 200 mg
por kg de peso. O Dr. Marcelo esclarece: “Se um cão de 2,2 kg de peso ingerir
uma dose de 113,4 gramas de chocolate ao leite, essa quantidade já é tóxica”,
exemplifica. “Já se esse mesmo animal comer 12,9 gramas de chocolate amargo
essa também será uma dose tóxica devido a variação na quantidade de
teobromina”.
O tamanho do cão também influencia na intoxicação, mas comum
em animais de pequeno porte, pois há maior quantidade de chocolate disponível
em relação ao seu peso corporal. “É mais comum também em filhotes, pois sua
curiosidade natural faz com que ingiram grandes quantidades de alimentos
estranhos”, observa Dr. Marcelo.
Outra particularidade dessa substância é seu tempo de
atividade no sangue do animal, por isso as quantidades tóxicas não
necessariamente precisam ser ingeridas de uma única vez. “No cão a meia vida da
teobromina é de 17,5 horas, podendo ficar no organismo por até 6 dias, pois sua
eliminação não acontece pelos rins, somente por via hepática”, aponta, “em
consequência disso, doses repetidas em dias sucessivos também podem levar à
intoxicação”.
Infelizmente não existe antídoto para a intoxicação com essas
substâncias e o tratamento deve ser feito para minimizar os sintomas. O Dr.
Marcelo alerta: “Trata-se de uma emergência e a intervenção do veterinário é
necessária. Na maioria dos casos, é recomendada a internação do animal para que
ele possa ter o acompanhamento médico necessário. Por isso, a melhor
recomendação é evitar que os animais tenham acesso a esse alimento e, em caso
de ingestão acidental, observar o comportamento do animal e procurar o
especialista”.
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